terça-feira, maio 29, 2007

GOLO DA VITÓRIA

O Benfica terminou a temporada da melhor forma ao vencer o AEK Atenas, por 2-1, em jogo realizado em Newark, nos Estados Unidos. Após ter estado em desvantagem ante a formação grega, o Glorioso deu a volta ao texto e justificou plenamente uma vitória que acabou por ser carimbada por Rui Costa.

Foi praticamente a perder que o Benfica iniciou a partida realizada no Giants Stadium, ante muitos milhares de portugueses e de gregos. Logo aos cinco minutos, Manduca beneficiou de um lançamento em profundidade de Júlio César e, na cara de Moretto, beneficiou de um pequeno ressalto para atirar para o fundo das redes, marcando contra a sua antiga equipa.

No entanto, o Benfica deu uma rápida resposta, valendo-se especialmente da articulação existente entre Manú e Nélson no flanco direito e do poder de passe e inteligência táctica de Rui Costa. E o que é certo é que, depois daqueles minutos iniciais de maior fulgor, o AEK não mais conseguiu controlar a partida. E foi uma questão de tempo até que o Benfica desse a volta ao marcador. O primeiro aviso surgiu num remate de livre, aos 19', de Miccoli. Respondeu bem o guardião grego. Mas não teve qualquer hipótese o dono das redes helénicas quando, aos 32', o pequeno génio italiano apontou um canto ao primeiro poste e viu Bourbos desviar para a própria baliza.

A segunda parte até começou com novo lance protagonizado por Manduca (remate de meia distância, ao lado, aos 50'), mas foi um Benfica já com o promissor médio-defensivo Romeu Ribeiro em campo (saindo Pedro Correia e recuando Nélson para lateral-direito) que dominou toda a etapa complementar, chegando mesmo ao golo a cerca de 20 minutos do fim, quando Paulo Jorge ganhou a linha de fundo pelo flanco direito e cruzou rasteiro para o tiro da vitória de Rui Costa. A multidão não escondeu a alegria, bem como o "capitão" do Benfica neste domingo.

domingo, maio 27, 2007

ACABAR CAMPEÃO


Depois de o Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, ter confirmado a continuidade de Rui Costa como camisola 10 do Benfica na próxima temporada, o ídolo da massa associativa benfiquista abordou o tema, não escondendo a satisfação pelo interesse revelado por Vieira e por Fernando Santos na sua presença dentro de campo. «Fico feliz por ter sido o Presidente a anunciá-lo. Esta não era uma decisão só minha. Pela maneira como sempre estive no futebol, nunca gostei de me sentir a mais em lado nenhum e só iria continuar se o Benfica estivesse interessado em que eu continuasse. Esta foi a vontade do presidente, a vontade de quem comanda o clube, e, portanto, eu vou continuar», explicou o "maestro" em plena digressão benfiquista pelo Canadá e América do Norte.

«Além do apoio dos adeptos, há a motivação de eu ainda me sentir capaz de ajudar. Se não fosse dessa forma, eu abandonava. A Direcção pretende que assim seja e o treinador também. O ano não foi como eu mais desejava, mas vai ser o próximo», prometeu o jogador que não escondeu o seu agrado pela política seguida pela Direcção do clube: «Há um bom projecto, que passa por dar ao clube aquilo que ele merece. E eu tenho todo o gosto em pertencer a esse projecto», contou antes de deixar um desejo: «Vivemos de sonhos. Queria acabar como campeão nacional. Tudo farei, como toda a gente fará, para que o Benfica seja campeão e que esse seja o meu último troféu.»

sexta-feira, maio 18, 2007

CAPITÃO

Rui Costa vai entrar domingo no estádio da luz para defrontar a Académica, à frente dos seus colegas, com a braçadeira de capitão pela 1ª vez.
Força Maestro Capitão!

CARTA AOS BENFIQUISTAS

Recebi este comentário de
P.Leitão/Publicada por Cartoon's & Illustration's.



"A primeira vez que muitos de nós viram o Rui Costa jogar
foi no Campeonato
do Mundo de Sub-21, em Lisboa,
decorria o ano de 1991.
O adversário era a
Austrália e disputava-se um lugar na final.
De repente...um "golaço"!
Um
pontapé daqueles que nos faz ficar em suspenso
durante uma eternidade até a
"redondinha" entrar nas redes...que golo!
Quem seria este jogador, que tinha
acabado de marcar um dos golos
mais bonitos que tínhamos visto na vida?

Lembramo-nos que usava nas costas o número 5,
o número do nosso ídolo na
altura, o grande Mozer,
o nosso central mais valioso de sempre.
Naquele
momento sentimos aquele arrepio na espinha
que nos leva às lágrimas...

Caramba, que grande golo!
Lembramo-nos de o ver correr com a felicidade
estampada no rosto,
eufórico, radiante... O público, de pé e ao rubro,
ainda
não sabia que estava na presença de um dos melhores
jogadores de sempre do
futebol português.


Dias mais tarde éramos mais de 100 mil, eufóricos, nervosos,
concentrados a
apoiar uma das gerações mais brilhantes
da história do futebol português.

Éramos tantos... O adversário era de peso, nada menos que o
sempre poderoso
Brasil. O jogo foi decorrendo e golos nem vê-los.
Fomos para os penaltis,
parecia que por momentos o tempo tinha parado...
A multidão estava confiante,
desta vez não podíamos falhar,
nem queríamos falhar, não podíamos, estávamos
proibidos
por uma força maior... Pensar que não seríamos campeões do Mundo

estava completamente fora de hipótese.
Os remates da marca de grande
penalidade foram sendo marcados,
os brasileiros falharam dois, o Estádio da
Luz em contenção...
Silêncio total. Lembramo-nos de ver o Rui a caminhar
para a grande área,
de pegar na bola com aquele jeito tão especial,

lembramo-nos de o ver recuar 3 ou 4 passos... Nem uma brisa.
Lembramo-nos de
o ver a olhar para o guarda redes...
de o ver arrancar...em câmara lenta...a
rematar...
na nossa cabeça pensámos, já está!...
A bola entrou no ângulo
superior esquerdo da baliza, sem chances,
sem a mínima hipótese de defesa,
um dos penaltis mais bem marcados
que vimos na nossa vida... Lembramo-nos de
o ver a correr
que nem um louco em direcção à bandeira nacional,
saltar para
a vedação e agarrar-se às pessoas.
Lembramo-nos de abraçar toda a gente que
ali estava,
de chorar de alegria e de assistir a uma explosão de glória
e de
dever cumprido... E lembramo-nos de ver o Rui agarrado ao Figo,
ao João
Pinto... Lembramo-nos de pensar, é aquele...!
O tal do número 5, o tal do
Benfica, o grande Rui Costa!


Nas épocas seguintes o Rui entrou pela "mão" de Eriksson
na equipa principal
do Benfica. Era ainda um menino
mas cada vez que entrava em jogo os adeptos
sentiam a magia e o talento
nos seus pés.
Um dia Jorge Valdano disse: «Na
zona da definição existem tantos
defesas rivais que os espaços aparecem e
desaparecem em fracções de segundo. Há quem os vê e quem os não vê. Quando um jogador os vê, decide o passe, executa-o e acerta quase simultaneamente (e nisso se gasta uma fracção
de segundo) . estamos perante o mago que saca
pássaros da cartola.
São os pássaros que tem na cabeça.»
Não nos enganámos.

Com o decorrer dos anos Rui Costa foi crescendo e começou a desenhar
uma
carreira cheia de pássaros na cartola, cheia de magia, cheia de glória...
No
ano de 1996, disputava-se o Campeonato da Europa,
a Selecção tinha mais uma
prova de fogo, Rui e os seus colegas
jogavam o futebol mais bonito do Mundo,
estavam todos eles a "explodir"
aos poucos, a tornarem-se grandes jogadores,
o futebol do Rui era espantoso, naquele Torneio o Mundo rendeu-se ao talento de uma equipa, Portugal !
Rui foi eleito o melhor médio do torneio tendo
feito parte
do onze ideal da prova, estava definitivamente provado,
se é que
ainda existissem dúvidas, que estávamos perante
um dos melhores "regista" de
todos os tempos, um dos verdadeiros número 10.
O "miúdo" do número 5 tinha
duplicado o seu valor.
O "Maestro" tinha nascido ali e ali iria estar, nos
relvados durante muitos anos
a espalhar o seu perfume, a sua classe, o seu
jogo...
Tantos pássaros vimos nós a serem tirados da cartola...
Como aquele
que voou 40 metros, numa noite de chuva, para nos dar o apuramento para o Euro 2000, perante uma Irlanda destroçada...
Como um outro que foi ao
encontro da cabeça de João Pinto
e que "arrumou" a armada inglesa, como
tantos que fomos vendo voar
dos pés do "Maestro". Mas nenhum se compara ao
que vimos a voar em 2004,
em Lisboa, na nova versão do mesmo Estádio da Luz
que assistira àquele penalti marcado de forma exemplar por aquele miúdo franzino, o tal do número 5,
treze anos antes. Uma águia real que sobrevoou
todo o campo
até se transformar numa bola de fogo que entrou a 200 km à hora

na mesma baliza onde o penalti decisivo tinha sucedido.
Foi um dos grandes
golos das nossas vidas, o golo que nos levou à alegria
suprema de um jogo de
Futebol, o golo de honra de um grande jogador,
de um grande homem, de um
grande desportista.
Aquele golo contra os ingleses, numa altura em que Deco
era a sombra do "10",
foi para nós e para muitos a prova de que ainda era o
Rui que comandava,
ainda era ele o guerreiro que surgia na linha da frente
quando tudo parecia acabado, um verdadeiro comandante...
Lembramo-nos de o
ver a correr que nem uma criança, agarrado pelo "puto" Ronaldo, abraçado ao Figo, exactamente no mesmo sítio onde já tínhamos
sido felizes, que
momento... Lembramo-nos de o ver no chão e pensar, em lágrimas: - Saiam de cima dele, ainda o aleijam!
Esse sim, o nosso maior receio, o receio do
fim...
Esse fim que nos leva à morte da paixão, o fim do génio, o fim dos

voos daqueles pássaros mágicos tirados da cartola, nem queremos pensar
nesse
fim, nem nós nem qualquer benfiquista...


Escrevemos estas palavras no fim de uma época em que o Rui voltou
à sua
casa, ao seu clube, uma época em que assistimos ao sonho
de um homem que
queria fazer feliz os que sempre o acarinharam,
o homem que queria ver de
novo os seus pássaros a voar.
Vimos muitas vezes esta época o Rui
desesperado por não conseguir
resolver as piores situações, vimos o Rui a
dar tudo em campo,
a liderar aqueles jogadores que o respeitam tanto, vimos
a desilusão
no seu rosto... Mas também vimos a sua alegria sincera quando

foi recebido por mais de 5.000 adeptos em delírio, a sua explosão quando
nos
deu o acesso à Liga dos Campeões, ao seu regresso contra o F.C. Porto,
para
fazer uma segunda parte de sonho e dominar uma das grandes equipas
da nossa
liga, vimos novamente a sua classe, a sua elegância,
a sua inteligência e
seu amor pelo seu clube.
Por tudo isto achamos que vale a pena pensar que
afinal esse receio do fim
ainda não chegou, que ainda estamos longe, bem
longe, de perder o nosso ídolo, de deixar de o ver jogar pelo nosso clube, esse clube tão mágico e tão especial,
o Benfica.




Sabemos que o Rui quer mais, sabemos que não quer acabar assim,
temos a
certeza que a próxima será a sua melhor época.
Sabemos que estaremos lá, no
mesmo sitio onde o vimos chorar
quando marcou a Preud'Homme, no mesmo sítio
onde vimos o golo
contra os irlandeses, no mesmo sítio onde vimos a "bomba"
que tanta mossa
fez na selecção inglesa.
Estaremos lá para ver voar mais
pássaros, para ver de novo a alegria
a explodir no rosto daquele menino de
número 10 nas costas,
de o ver a correr de braços abertos para o "seu"
público, para o "seu" povo,
a "sua" gente. Sabemos isso e muito mais...


Sabemos que será sempre o jogador que melhor vimos jogar futebol!
Sabemos
que vamos sempre vê-lo a correr naquele relvado,
a levar a bola com a
elegância de um mestre.
Vamos ter sempre a companhia das "bombas" de
oxigénio que respira
cada vez que faz um compasso de espera, cada vez que
faz um passe
milimétrico, cada vez que olha para o céu...
Sabemos que vamos
ver sempre aquele pássaro mágico a pairar por cima
das nossas cabeças e a
descer ao relvado... Sabemos disso até mesmo
quando o pior dos nossos
receios chegar!
Sentimos ainda o mesmo arrepio...



Gostávamos que estas palavras dessem o resultado pretendido,
que o Rui Costa
estivesse connosco por mais uma época, ou mais, talvez...
Só o "10" é que
sabe, só ele é que sente quantos pássaros ainda tem
para fazer voar, só ele
é que pode decidir no maior respeito pelas suas capacidades e pelo clube que soube servir como ninguém.
Mas pode contar com a certeza de que todos nós, os
benfiquistas e todos
os amantes da arte de bem jogar futebol, divulgaremos
este pedido
e faremos força para que este pássaro possa voar até à próxima
baliza..."

Rui Costa